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BDSM e o Casamento

CASAMENTO BDSM

Crônicas do Mestre Sade

Há pelo menos duas cerimônias famosas no BDSM: a de encoleiramento e a das rosas, mas confesso que

nunca ouvi falar da cerimônia do casamento BDSM.

O casamento parece fazer parte do imaginário popular do BDSM. Há várias fotos, filmes e até contos sobre o assunto (no meu romance A história de Julie um dos capítulos é dedicado ao casamento da protagonista com seu dono). Entretanto, aparentemente, ninguém havia tido a ideia de realizar a cerimônia na prática.

Eu e minha submissa somos casados de fato e queríamos também um casamento no meio BDSM. A oportunidade surgiu em fevereiro deste ano, quando uma amiga de Fortaleza disponibilizou sua casa para que fizéssemos a cerimônia. Eu aproveitei para convidá-la para oficializar a cerimônia.

Passamos meses pensando o casamento em todos os seus detalhes.

Existe uma corrente dentro do BDSM, denominada litúrgicos, que acreditam em regras e cerimônias rígidas, que devem ser seguidas por todos. Eu acredito que tudo deve se adaptar às necessidades e histórico de cada casal. Da mesma forma que os vários relacionamentos são diferentes, as simbologias são diferentes para cada um: o que pode ter enorme valor emocional e simbólico para alguns, pode ser totalmente desinteressante para outros.

Assim, criamos a cerimônia a nosso gosto

Uma das preocupações foi com relação aos brindes. Para os tops compramos espátulas de madeira que podem ser usadas como ótimas palmatórias para spank. Para os submissos e submissas, coleiras. A embalagem também foi pensada de acordo com a posição da pessoa que receberia o brinde: as palmatórias com um saquinho de pano rosa ou azul e um laço; as coleiras em um saco de estopa fechado por um laço – a ideia é que a própria embalagem representasse a posição dos mesmos no meio: mais elegantes para Tops e mais pobres para bottoms. Esses brindes foram organizados na mesa, junto com o bolo.

Para a cerimônia foi montado um altar no qual ficou a dona da casa, que iria oficializar a cerimônia. Sobre o altar, o contrato de casamento, um par de velas e um garrafa enfeitada por mim com uma amarração karada. O caminho até o altar foi ornado com flores.

A noiva, de coleira, foi puxada pela guia até o altar por uma sissie, propriedade da dona da casa, ao som de uma música que para nós tem grande importância: “Dance with me to the end of love”, de Leonard Cohen. Essa é uma trilha sonora obrigatória das nossas sessões de shibari e iria pontuar toda a cerimônia incluindo o final, quando eu amarrei seus seios.

A cerimônia teve vários momentos, desde um pequeno discurso da dona da casa ao famoso “Você aceita…”. No nosso caso adaptado: “Você aceita Mestre Sade como seu dono?”; “Você aceita mel de sade como sua escrava?”.

A cerimônia inclui também um momento com velas. Foi explicado que as velas representavam nossos desejos e nossas vidas. Ao final, ela me entregou sua vela, numa representação de que colocava sua vida e seus desejos em minha mão, e unindo a minha vela com a dela, fizemos uma pequena cena de wax, em que derramei gotas sobre suas costas.

Houve também um momento de troca de coleira, em que tirei a coleira que ela usava no momento e coloquei uma nova coleira, feita especialmente para a ocasião, símbolo dessa nova fase do nosso relacionamento.

Um momento que comoveu a plateia (algumas pessoas me disseram que chegaram a chorar) ocorreu quando, já quase ao final da cerimônia, recitamos poesias. Minha submissa fez uma adaptação do Soneto da Felicidade, de Vinicius de Moraes:

De tudo ao meu Dono serei atenta

Antes, e com tal entrega, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero entregar-me em cada vão momento

E para o seu deleite hei de espalhar meu encanto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu castigo ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me torture

Quem sabe a dor, prazer e alegria de ser sua sub

Quem sabe a entrega, proteção do meu Dono

Eu possa me dizer do amor incondicional (que tive):

Que seja prazeroso e excitante, posto que é São

E que seja infinito ser sua propriedade meu amado Dono.

Terminada a cerimônia, começou a festa, com várias cenas envolvendo os convidados e os noivos. Eu, por exemplo, fiz uma cena de suspensão com minha menina.

Algumas pessoas me perguntaram por que não fizemos uma cerimônia já conhecida, como a das rosas. Ocorre que não queríamos ficar presos a uma cerimônia rígida em que tudo já fosse preestabelecido. Queríamos algo que fosse relevante para nós dois, que refletisse nosso envolvimento, que fosse único.

Recentemente alguns casais nos disseram que pretendiam também fazer seus casamentos BDSM. Talvez o nosso sirva de exemplo a ser seguido e adaptado a cada caso e a cada relacionamento. (MestreSade)

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Mestre Sade

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One thought on “BDSM e o Casamento

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