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BDSM não é ABUSO!

BDSM NÃO É ABUSO

Crônicas do Mestre Sade

Para pessoas fora do meio BDSM pode ser muito fácil confundir a prática com abuso. Afinal ambos envolvem dor, dominação e submissão. BDSM e abuso, no entanto, são opostos.

Costumo exemplificar isso com o caso de uma amiga masoquista. Sua necessidade de sentir dor para conseguir prazer era tão grande que ela se batia enquanto se masturbava… e, no entanto, se separou do marido porque ele batia nela. Ocorre que o bater do marido não era para lhe provocar prazer, mas para provocar dor. Ele batia para puni-la e machucá-la e não havia nada de consensual ou de limites. Era simplesmente abuso.

No BDSM tudo é consensual, feito para o prazer de ambos e há limites claros estabelecidos entre as partes. Costumo dizer que um dominador bate, mas nunca machuca. Ele tem preocupação com sua sub e não faz nada que possa lhe provocar qualquer dano permanente – o princípio básico de um dominador é a preocupação com segurança.

Da mesma forma, do ponto de vista psicológico. Abusadores destroem psicologicamente suas vítimas. Enquanto após uma sessão de BDSM a submissa irá sair feliz, realizada, após o abuso a vítima irá sair depressiva, insegura, com a alma quebrada.

No entanto, existem relações que começam dentro dos parâmetros do BDSM e evoluem para abuso e é sempre bom estar atento a isso.

Eu sempre desconfio, por exemplo, quando dominadores proíbem suas submissas de conversarem com outras pessoas do meio – em alguns casos essa proibição se estende até mesmo à família da submissa.

Claro, tudo isso é relativo. O distanciamento pode fazer parte da “fantasia” da submissa, que quer se sentir uma escrava e estar dentro do acordo realizado entre os dois. Mas quando não é, quando é apenas uma imposição do dominador, pode ser um indício de que a relação está saindo do São Seguro Consensual e entrando na seara dos relacionamentos abusivos.

Outro indício é o dominador obrigar a submissa a superar limites rígidos. A superação de limites é normal dentro do BDSM, mas é sempre muito conversada, dialogada e negociada. Eu deixo que a submissa me diga: estou pronta para superar esses limites. Mas são limites normais. Limites rígidos são aqueles intransponíveis e se o dominador exige que a submissa os supere pode ser um indício de abuso. Um limite comum é separar a vida BDSM da vida baunilha – um dominador que bate na sua submissa na frente de outras pessoas que não fazem parte do mundo baunilha pode ser um indício de abuso – uma submissa, por exemplo, em relatou que seu dominador a surrava na frente de sua família.

Outro indício é como a submissa se sente. Se a relação a deixa triste, depressiva, machucada física e mentalmente, pode ser um indício de que deixou de ser BDSM para se tornar abuso.

Mais uma vez é bom esclarecer que tudo é relativo. O que coloquei acima são apenas indícios e devem ser vistos não de maneira isolada, mas no conjunto. (MestreSade)

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Mestre Sade

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